Hordéolo ou terçol é um processo comum, caracterizado por edema, avermelhamento da pele e dor. Pode acometer a pálpebra superior ou inferior e pode ser na parte interna da pálpebra ou externo perto dos cílios. É semelhante a uma espinha perto dos olhos.
Existem muitas glândulas na margem palpebral que produzem gordura para auxiliar a composição do filme lacrimal. Se houver uma alteração na qualidade dessa gordura ou porque uma bactéria infectou essas glândulas, inicia-se o hordéolo.
O problema pode evoluir para a cura espontânea ou piorar e pode se transformar em um cisto, conhecido como calázio, que pode permanecer por meses na pálpebra e necessitar de cirurgia para sua remoção.
É muito comum a associação do hordéolo com a blefarite, que é uma inflamação da pálpebra com acúmulo de secreção gordurosa nos cílios, parecendo uma caspa.
Adolescentes estão mais sujeitos a ter hordéolos e calázios devido à variação hormonal que influencia na produção de gordura. É o mesmo processo que faz com que os adolescentes tenham mais espinhas.
O tratamento para hordéolo inclui compressas mornas, antibióticos tópicos e, em alguns casos, podem ser necessários antibióticos orais. A higiene palpebral, lavando os cílios com auxílio de gaze e água da torneira ou chuveiro auxilia o tratamento, pois controla a blefarite (caspa nos cílios), que está muito associada com os casos de recorrência da doença.
Algumas pessoas, especialmente idosos e adolescentes, podem apresentar hordéolos ou calázios de repetição. Nesses casos, o antibiótico por via oral deverá ser usado por tempo prolongado.
Quando a lesão fica crônica e não desaparece com o tratamento clínico, é preciso fazer uma drenagem cirúrgica.
Importante ressaltar que o hordéolo não é contagioso, portanto, não há necessidade de evitar contato com outras pessoas.
Espero ter esclarecido sobre o tema.
Abraço,
Marcelo Creppe
Marcelo Creppe – Oftalmologista
CRM 82218-SP / RQE 41042 / CBO 104.343