Exposição ao sol exige cuidados com os olhos

Passar o verão em um país tropical, “abençoado por Deus e bonito por natureza”, é algo maravilhoso e, mesmo sem viajar, podemos contemplar e aproveitar as tardes ensolaradas.

Por serem saudáveis, as atividades ao ar livre devem ser estimuladas, porém alguns cuidados são obrigatórios quando pensamos nos olhos.

A primeira recomendação é evitar os horários de maior incidência de radiação UVA e UVB. Prefira aproveitar as nossas belas cidades antes das 10h e após as 17h. Utilize protetores e roupas adequadas e também os charmosos óculos escuros como proteção aos raios solares, que podem ser nocivos aos olhos.

Os óculos escuros podem ser feitos com grau para quem tem miopia, hipermetropia ou astigmatismo. As possibilidades de cor e nível de escurecimento são muitas. Também existe a opção das lentes de óculos que escurecem quando em ambientes abertos, chamadas de fotossensíveis.

Esses cuidados, no entanto, não autorizam o exagero na exposição solar. Em horários desaconselhados ou em intensidades exageradas, o excesso pode ocasionar problemas, como alterações agudas (de rápido aparecimento) nos olhos.

Nesse grupo estão as ceratites corneanas, que ocorrem, em geral, de 6 a 12 horas após a exposição exagerada ao sol, com dor, irritação, diminuição da visão, fotofobia, lacrimejamento, inchaço das pálpebras e dificuldade em se adaptar ao escuro.

A exposição excessiva ao sol também pode provocar alterações acumulativas sobre a pele da pálpebra, levando ao seu envelhecimento precoce e ao aparecimento de tumores.

Outros efeitos desse excesso podem ser sentidos sobre a conjuntiva, membrana que envolve a parte interna da pálpebra. Entre eles encontram-se alguns tipos de conjuntivites crônicas, tumores conjuntivais e pinguécula e pterígio.

Pterígio e pinguécula são alterações da conjuntiva, que é a membrana fina e transparente que cobre a parte branca do olho (esclera). Ambos são benignos e bastante comuns, mas exigem cuidados médicos.

Além disso, o excesso de raios UVA/UVB pode afetar o cristalino, lente que ajuda a formar a imagem sobre a retina, resultando no aparecimento de catarata e da presbiopia precoce (a dificuldade em enxergar para perto, aparece em países de clima temperado, em geral, aos 45 anos de idade, e em países de clima tropical, entre 38 a 40 anos). Já a retina pode apresentar maior incidência de degenerações na mácula, área responsável pelo centro da visão e que possibilita enxergar detalhes de algo ou alguém.

Mas não será a cor da lente que irá proteger os olhos do sol e, sim, os compostos utilizados em sua fabricação. Os óculos escuros indicados são aqueles com índice adequado de proteção dos raios ultravioleta (UVA e UVB), que não reduzem a luz visível em demasia e proporcionam conforto com a cor das lentes e a armação escolhida. Lentes de óculos muito curvos podem provocar tontura e levar ao enjoo ao usá-los.

Para checar esse índice, existem aparelhos que medem a proteção presente nas lentes dos óculos. O Centro de Diagnóstico Unimed disponibiliza para seus clientes essa tecnologia.

Desejo a todos um ótimo verão!

Abraços,

Marcelo Creppe – Oftalmologista
CRM 82218-SP / RQE 41042 / CBO 104.343

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