É geralmente de forma progressiva, um pouquinho a cada ano, que a catarata vai aumentando. Gradativamente, o cristalino, lente que possuímos dentro do olho, vai perdendo sua transparência e se tornando opaco, esbranquiçado.
A pessoa com catarata muitas vezes nem percebe que não enxerga o suficiente ou que as cores estão sempre em um tom esfumaçado ou borrado (como mostra a ilustração). Essa percepção, em geral, é atribuída aos óculos, como se estivessem sujos ou com grau inadequado.
Mas não são os óculos os responsáveis pela baixa visão ocasionada pela catarata e, sim, a sua opacidade. Junto, o cristalino também vai ficando menos flexível e mais duro.
Quando não tratada, a catarata pode levar à cegueira. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que quase metade dos casos de cegueira no mundo são motivadas por esse problema ocular. A população idosa é a principal atingida pelo problema, como resultado do processo de envelhecimento.
Mas há outros tipos de catarata, como presentes ao nascimento (congênitas), as causadas por doenças (diabetes, por exemplo) ou resultantes do uso de medicamentos, provocadas por infecções ou traumas.
Atualmente o único tratamento para a catarata é a cirurgia, por meio do que retiramos o cristalino opaco e colocamos uma lente intraocular artificial no lugar da lente natural removida.
Um dos benefícios da cirurgia, com a troca de uma lente opaca por outra artificial, é a possibilidade de corrigir boa parte do grau dos óculos, no caso de registro anterior de problema de refração.
Esse procedimento cirúrgico é realizado, normalmente, após anestesia por colírios (tópica) associada a uma sedação do paciente feita pelo médico anestesista. O paciente é operado e tem alta no mesmo dia.
A recuperação vai depender de cada paciente, do tipo de catarata e tipo de olho, mas, em geral, após uma semana, a maioria dos pacientes já consegue voltar, aos poucos, às suas atividades diárias.
Ao final de 30-45 dias, caso o paciente tenha seguido todos os cuidados pós-operatórios, que envolvem a aplicação de colírio e evitar o banho em rio, mar ou piscina, entre outros, estará com os olhos bem recuperados da cirurgia.
E, lembre-se, em caso de:
Visão embaçada ou turva
Cores desbotadas, amareladas ou acinzentadas
Melhora da visão para perto ou percepção de aumento da miopia.
Procure um médico oftalmologista para consulta e diagnóstico.
Abraço,
Marcelo Creppe
Oftalmologista
CRM 82218-SP I RQE 41042 I CBO 104.343