Muitas pessoas pensam que a consulta para óculos é algo simples, mas você sabia que a consulta oftalmológica é realizada por um médico que estudou seis anos no curso de medicina, e depois se especializou por pelo menos mais três anos? Desse modo, para a ser oftalmologista, são necessários pelo menos nove anos para concluir a sua formação.
Na consulta oftalmológica, mesmo quando apenas “para óculos”, são avaliadas as condições oculares e a necessidade de prevenção ou tratamento das mais diversas condições inerentes à visão e que podem ou não estar relacionadas a doenças sistêmicas.
A necessidade do uso de lentes corretivas é um problema bastante frequente na prática diária da oftalmologia e com a receita em mãos surge a dúvida: Qual a melhor lente para meu problema?
O primeiro passo é ir à sua ótica de confiança para a escolha da armação e confecção dos óculos. A escolha da armação é bastante importante, assim como o tipo de lente.
Os míopes utilizam lentes que chamamos negativas (lembra-se das aulas de física?). Elas têm o centro fino e as bordas espessas. Por conta dessas características, as armações menores e mais espessas como as de acetato são melhores para amenizar a espessura dos óculos. Quanto ao material da lente, aquelas que possuem um índice de refração maior são mais finas, como mostra a foto abaixo:
Os hipermetropes utilizam lentes positivas, com o centro mais espesso que a borda. Nesses casos, armações maiores podem amenizar o aspecto dos óculos. O índice de refração também é válido para essas lentes, como vemos a seguir:
A presença do técnico óptico em sua loja de confiança é importante, pois ele pode te auxiliar nessas escolhas.
Além do índice, a lente também pode ser classificada quanto à tecnologia. Por exemplo: as lentes digitais são aquelas fabricadas por meio de um processo digital, contribuindo com a melhor adaptação do usuário com os óculos, bem como maior precisão em relação ao grau, pois possuem maior amplitude no campo visual.
Para aqueles que já estão na faixa dos 40 anos de idade, os óculos multifocais ou para o uso do computador ou apenas para perto são outra classificação que podemos ter.
Os materiais das lentes de óculos também apresentam opções, podem ser de:
– Policarbonato, com custo geralmente mais acessível e indicadas para pessoas com graus mais baixos.
– Resina, consideradas melhores para quem possui graus mais elevados.
Esses materiais, por sua vez, podem receber diversos tratamentos para melhorar a qualidade, o conforto, durabilidade e a estética. Entre eles, estão:
– Tratamento antirreflexo, utilizado para reduzir o efeito reflexivo sobre as lentes de óculos.
– Tratamento antirrisco, por meio do que é aplicada uma camada de quartzo na superfície da lente para aumentar a resistência e dificultar marcas de arranhões nas lentes.
– Tratamento antiembaçante, que é possível por meio do controle da quantidade da umidade que se condensa na superfície das lentes.
– Tratamento antiengordurante, que é uma película escorregadia que dificulta a aderência de resíduos gordurosos nas lentes.
Além disso, há as lentes fotossensíveis, bastante populares, pois mudam de cor e transformam os óculos normais em óculos solar. Esse tratamento utiliza de pigmentos que são ativados com os raios ultravioletas e escurecem a cor da lente. Também existem os filtros para raios UVA e UVB, para luz azul, entre outros…
O assunto é bastante vasto e merece ser perguntado para seu oftalmologista durante a consulta para que ele te ajude a fazer a melhor escolha.
Lembrando que a prescrição para óculos deve ser utilizada apenas para confecção dos óculos. A adaptação de lentes de contato deve ser orientada pelo seu médico e não deve se basear apenas nos dados da prescrição.
Espero ter ajudado!!!
Abraços,
Marcelo Creppe
Médico Oftalmologista CRM 82218-SP / RQE 41042 / CBO 104.343