24 de março é o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, doença infecciosa, contagiosa, causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch. Atualmente 1/3 da população mundial está infectada pelo bacilo de Koch, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A transmissão da tuberculose é direta, isto é, da pessoa infectada para outra pessoa, quando o doente expele a bactéria através de gotículas que saem da boca ao falar, espirrar ou tossir.
Apenas 10% das pessoas que entram em contato com a bactéria desenvolvem sintomas de tuberculose. Essa resistência se dá pelo nosso sistema imunológico, que é bastante competente em impedir a progressão da doença. Indivíduos com baixa resistência, alcoólatras, tabagistas, desnutridos, têm mais risco de pegar a doença.
A tuberculose acomete cerca de 70 mil brasileiros por ano, segundo dados do Ministério da Saúde. A infecção pelo bacilo de Koch inicia-se sempre pelos pulmões, mas pode se alastrar por todo o corpo. Nem todo mundo vai desenvolver a tuberculose ativa.
Você pode entrar em contanto com a bactéria da tuberculose e evoluir para três caminhos:
– No primeiro, seu sistema imunológico não consegue controlar a bactéria e você desenvolve a doença, apresentando, na maioria dos casos, sintomas de tuberculose pulmonar.
– No segundo caminho, seu sistema imunológico consegue controlar a bactéria, mas não a elimina do seu corpo, mantendo-a adormecida por vários anos. Se houver alguma queda no sistema imune, a bactéria pode voltar a ficar ativa, causando geralmente um dos tipos de tuberculose extrapulmonar. Cerca de 10% dos pacientes com tuberculose latente desenvolverão a doença em algum momento da vida.
– E na terceira situação, seu sistema imunológico consegue controlar a bactéria e a elimina definitivamente do corpo, fazendo com que você nunca fique doente.
O principal sintoma da tuberculose pulmonar é a tosse na forma seca ou produtiva. Por isso, recomenda-se que todo sintomático respiratório, que é a pessoa com tosse por três semanas ou mais, seja investigado para tuberculose. Há outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como: febre vespertina, sudorese noturna, emagrecimento e cansaço/fadiga.
A tuberculose ocular é muito rara. Menos de 1% dos infectados desenvolvem a forma ocular, que pode apresentar sintomas como a diminuição da visão, fotofobia e hiperemia conjuntival.
Assim, é recomendado que as pessoas que tiveram contato com a doença e apresentem algum desses sinais procurem um médico para melhor avaliação, já que a tuberculose ocular pode levar à perda da visão, se não for tratada adequadamente.
O tratamento é sistêmico e ofertado gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), devendo ser realizado, preferencialmente, em regime de Tratamento Diretamente Observado (TDO).
Além disso, existe uma vacina chamada de BCG, que faz parte do calendário nacional, administrada quando criança e que serve para prevenir as formas mais graves da doença, como a tuberculose disseminada e a meningite tuberculosa. A vacina, apesar de diminuir a incidência da tuberculose pulmonar, não a evita por completo, reforçando a importância dos cuidados preventivos.
Espero ter ajudado!
Abraço,
Marcelo Creppe
Médico oftalmologista CRM 82218-SP / RQE 41042 / CBO 104.343
